Joaquim Maria Machado de Assis, reconhecido como um dos maiores escritores de língua portuguesa, foi o fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1897. Durante quatro décadas de produção literária, Machado usou da literatura para analisar e criticar a sociedade em que vivia, expondo sua configuração, idiossincrasias, e absurdos. Filho de escravo liberto e de uma imigrante portuguesa, nasceu em 1839 no Rio de Janeiro, e pôde viver os primeiros anos do século XX, vindo a falecer em 1908. É renomado, em especial, pela maestria indisputada com a qual utilizava a ironia em seus escritos, o que torna impossível apreciá-los por meio da leitura superficial. Críticas mordazes são lançadas com leveza por Machado, a ponto de serem ignoradas pelo leitor desapercebido. Apesar de ser mais conhecido pelas suas produções realistas, Machado escreveu também e outros estilos literários, como o parnasianismo em Ocidentais (1901) e o Indianismo em Americanas (1875).

Inicialmente autodidata, Machado de Assis publicou seu primeiro conto aos 15 anos, e dali não parou mais, tendo seu último livro, Memorial de Aires, sido publicado no ano de sua morte. Por meio da escrita e da sua erudição, Machado de Assis foi capaz de ultrapassar diversas barreiras sociais, firmando-se ao final nos mais altos círculos intelectuais de sua época.

Suas principais obras são: Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia (1878), Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908).