Tomás Antônio Gonzaga
Tomás Antônio Gonzaga nasce em 1744 na cidade de Porto (Portugal) numa família de pai brasileiro e de mãe portuguesa. Vem ao Brasil aos oito anos de idade, órfão de mãe, acompanhado de seu pai que fora nomeado ouvidor-geral em Pernambuco e, logo depois, intendente-geral do ouro na Bahia. Em terras brasileiras tem sua formação iniciada no Colégio dos Jesuítas, na Bahia.
Aos 16 anos vai para Coimbra (Portugal) e obtém seu bacharelado em leis em 1768. Exerce o cargo de juiz-de-fora em Beja (Portugal) e em 1779 assume o cargo de ouvidor e procurador em Vila Rica (atual Minas Gerais), conhecendo bem a política da Corte em relação à Colônia.
Torna-se discípulo e grande amigo do poeta Cláudio Manuel da Costa, o “bom Glauceste”.
Conhece Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, uma jovem de seus 16 anos e parte de uma boa e abastada família da região, então vive uma grande paixão e um noivado. Ela é a inspiração para a musa Marília, da obra Marília de Dirceu.
Em 1786 é nomeado desembargador da Relação na Bahia, mas decide ficar em Vila Rica. Em abril de 1789 solicita a licença para o casamento com Maria Dorotéia, marcando as bodas para maio. Seus planos são interrompidos pela sua prisão por conta da suspeita de seu envolvimento com a Conjuração Mineira, assim, o poeta é julgado e condenado ao degredo (desterro obrigatório ao exílio) em Moçambique (sul da África) no ano de 1792. Sendo o único advogado habilitado naquelas terras, torna-se procurador da Coroa.
Casa-se com uma senhora rica e, acabado o tempo de desterro, decide-se por permanecer na África como juiz da Alfândega. Morre em Moçambique aos 66 anos no ano de 1810.
Sua obra Marília de Dirceu possui três partes e fora publicada de 1792 a 1812, pela sua beleza e seu caráter sentimental, ganha notoriedade e consagra o poeta como um dos melhores poetas líricos da língua portuguesa do século XVIII.
Escreve também Tratado de Direito Natural (escrito em 1768), Cartas Chilenas (aproximadamente 1787) e Carta sobre a Usura (publicado em 1957).