Mia Couto
Antônio Emílio Leite Couto, mais conhecido por Mia Couto, nasceu em 1955, na Beira, Moçambique, filho de uma família de emigrantes portugueses. É biólogo, jornalista e autor de mais de trinta livros, entre prosa e poesia. Atualmente, é o autor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior e seu romance Terra sonâmbula é considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX. As suas obras são traduzidas e publicadas em 24 países e várias delas têm sido adaptadas ao teatro e cinema.
O autor tem recebido vários prêmios nacionais e internacionais, por vários dos seus livros e pelo conjunto da sua obra literária. entre eles o Camões, em 2013, o mais prestigioso da língua portuguesa, e o Neustadt International Prize em 2014, tido como o Nobel Americano, e foi indicado para o Man Booker International Prize de 2015. É o único escritor africano que é membro da Academia Brasileira de Letras, como sócio correspondente, eleito em 1998, sendo o sexto ocupante da cadeira no 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.
Filho de poeta, Mia Couto é um “escritor da terra”, escreve e descreve as próprias raízes do mundo, explorando a própria natureza humana na sua relação umbilical com a terra. A sua linguagem extremamente rica e muito fértil em neologismos, confere-lhe um atributo de singular percepção e interpretação da beleza interna das coisas. Cada palavra inventada como que adivinha a secreta natureza daquilo a que se refere, entende-se como se nenhuma outra pudesse ter sido utilizada em seu lugar. Suas imagens evocam a intuição de mundos fantásticos e em certa medida um pouco surrealistas, subjacentes ao mundo em que se vive, que envolve de uma ambiência terna e pacífica de sonhos – o mundo vivo das histórias. Mia Couto é um excelente contador de histórias.